segunda-feira, 8 de dezembro de 2014

O Porsche amarelo

Em 1959 Paul Gerard, pseudónimo do escritor francês  Jean-Marie-Edmond Sabran ganhou o Grand Prix de Littérature Policière com Deuil en rouge.
Com este livro, La porsche jaune, dificilmente conseguiria esse prémio.

É uma história complicada com os personagens em busca de um fio condutor da ação, parecendo, por vezes, terem um comportamento imbecil e pouco natural, sendo toda a história, apesar da temática ser interessante, demasiado inverosímil.


segunda-feira, 6 de outubro de 2014

A última história

Ana Teresa Pereira publicou o seu primeiro livro em 1989.
O aparecimento desta escritora trouxe um estilo e uma temática originais na literatura policial e de mistério escrita em Portugal.
A última história é uma obra que se lê com facilidade. Histórias cruzadas de uma escritora, Patrícia,  que vive na dúvida se o assassínio que cometeu é uma criação de uma história sua, ou se ela e todas as personagens que concebe e a rodeiam  são a criação do homem que ela terá assassinado.

O leitor fica preso na trama e quando termina a leitura percebe que fica com a mesma resposta que Patrícia obteve.

segunda-feira, 1 de setembro de 2014

Cinema - O Padre Brown Detective

Father Brown é um filme inglês de 1954, realizado por Robert Hamer, inspirado nas histárias escritas por Gilbert Keith Chesterton.
O papel do padre detetive foi interpretado pelo ator Alec Guiness, tendo a acompanhá-lo, nos  principais papéis, Joan Greenwood, Peter Finch, Cecil Parker e Bernard Lee.
Nos Estados Unidos o título adotado foi The Detective.

O filme estreou em Portugal em 10 de junho de 1955, com o título O Padre Brown Detective.

sábado, 23 de agosto de 2014

Perfeito como nos filmes

Este romance foi o vencedor do Prémio Caminho de Literatura Policial 1987. A dupla de autores constrói um texto agradável de ler, num ritmo que prende, dirigindo-nos sempre para o capítulo seguinte sem deixar a leitura suspensa.
O protagonista é um detetive privado, espécie que cria dificuldades na trama dos romances policiais que decorrem em Portugal, pois estes profissionais não podem investigar crimes. No entanto, os autores conseguem contornar com relativa facilidade esse óbice.
O estilo faz lembrar Chandler ou Hartley Howard, com o detetive duro, que vai apanhando alguma pancada e arranjando parceiras sexuais.

Não gosto da forma como o livro termina, não explicando bem a questão do contrabando, mas isso é uma questão de gosto pessoal que não tira qualquer predicado a este original romance policial português.´

sexta-feira, 15 de agosto de 2014

Harry Dickson

Harry Dickson é uma personagem que surgiu em revistas alemãs no início do século XX, narrando as aventuras de um detetive, também conhecido como o Sherlock Holmes americano.
Apesar da grande popularidade da série, a qualidade era baixa. Talvez por esse motivo Jean Ray, que traduziu alguns dos episódios de holandês para a língua francesa, decidiu escrever histórias originais, na década de 30 do século XX,  que devido à sua maior qualidade levaram a personagem a ser conhecida e traduzida em vários outros países.
A coleção Hary Dickson aqui referida surgiu em Portugal, sob chancela da Editorial Estampa, em 1976 e teve editados 30 volumes, com autoria de Jean Ray.
1. O canto do vampiro
2. O bando da aranha
3. Os espectros carrascos
4. Cric-Croc, o morto de casaca
5. A rua da cabeça perdida
6. A ressurreição da Górgona
7. A estranha chama verde
8. O caminho dos deuses
9. Os enigmas da casa Rules
10. O polvo negro
11. Os misteriosos estudos do doutor drum
12. As sete cadeirinhas
13. A casa das alucinações
14. Mataram o sr. Parkinson
15. O mistério dos sete louco
16. O leito do diabo
17. O fantasma do judeu errante
18. O vampiro dos olhos vermelhos
19. Os vingadores do diabo
20. A cabeça de dois soldos
21. A terrível noite no jardim zoológico
22. O jardim das fúrias
23. As fábricas de morte súbita
24. A pedra lunar
25. Os tenebrosos
26. O sábio invisível
27. X-4
28. A ilha do terror
29. O catálogo dos Foyle
30. O templo de ferro

quinta-feira, 7 de agosto de 2014

O natal de Poirot

Um dos  casos em que Agatha Christie consegue surpreender, apresentando  para autor do crime alguém inesperado, ou pelo menos, de quem não se suspeitaria facilmente.
Do ponto de vista da construção é uma obra interessante, com  a autora a imiscuir-se em caminhos difíceis: o crime no quarto fechado, que como se sabe não é possível, tendo na verdade que se descobrir qual é a abertura do quarto que permitiu cometer o crime.
Pena, mais uma vez, as personagens parecerem falsas e pouco reais, representando estereótipos que não podem ser sujeitos reais.  

A vítima, por exemplo, tem características que a transformam num ser abjecto, sem sentimentos e cruel, como se a morte violenta fosse o único fim que se poderia esperar.

segunda-feira, 4 de agosto de 2014

Cinema - O Mistério de Gorky Park

Três cadáveres desfigurados são encontrados em Gorky Park, no centro de Moscovo. O detetive Arkady Renko é encarregado da investigação, mas vê-se confrontado com a burocracia e a corrupção política soviética.

Este filme de 1983, realizado por  Michael Apted, teve nos principais papéis Lee Marvin, Joanna Pakula e William Hurt. Foi uma adaptação do livro Gorky Park, publicado em 1981, do escritor Martin Cruz Smith, o primeiro de uma série, que já vai no 8º volume, com o detetive russo Arakady Renko.

quarta-feira, 30 de julho de 2014

O registo dos mortos

Dos vários livros que li de Patricia Cornwell este foi o único de que não gostei. Sendo uma autora de quem não se esperam grandes novações narrativas, com a temática dos seus livros a serem variações em torno do mesmo tema, desta vez fiquei surpreendido pela negativa.

Com uma trama pouco clara, o livro vai-se lendo na esperança que o final traga uma qualquer surpresa. No entanto, chega-se ao fim do livro sem se perceber bem como é que o livro acabou e porque acabou daquela forma, deixando várias pontas soltas que não deslindam a totalidade do caso. Mesmo estando perante uma série, é normal que cada livro encerre de forma perfeita os casos, o que não se passa com este livro, que deixa em aberto um conjunto de aspetos, incluindo quem é o verdadeiro criminoso.

sexta-feira, 18 de julho de 2014

Circulo Negro

A coleção Circulo Negro foi uma edição da Livraria Bertrand iniciada em 1972, tendo saído 33 volumes. Intriga macabra, o último volume, da autoria de Harry Whittington saiu em 1975.
Fica aqui alista dos primeiros cinco volumes da coleção
1 – O traidor, de Richard Stark
2- Loura, Bela e Rica, de W. T. Ballard
3 – A testemunha. De Day Keene
4- O senhor da cidade, de Edward S. Aarons
5 – Ameaça do passado, de Richard Himmel


Imagem da capa do número 21

domingo, 22 de junho de 2014

Concerto a quatro mãos

Este meu livro estava escrito desde 2000 mas apenas agora saltou da “gaveta”.


Sinopse
Rita, uma promissora violinista, desaparece quando se prepara para viajar para o Algarve, onde iria atuar como solista num concerto.
A narração do desaparecimento de Rita é feita a duas vozes. Existe a história contada pela mão assassina, que prevê o seu ato, que expõe o crime, tudo fazendo para ocultá-lo e não ser incriminada. Intercalada com este relato, surge a narração nas palavras que descrevem o sentimento da perda da Rita, o sofrimento causado pelo seu desaparecimento e a necessidade de perceber o que aconteceu.
As duas narrativas alternam até ao desenlace. Um duelo entre a procura da verdade e a tentativa desesperada de esconder provas; entre a busca da explicação para o crime e a autojustificação desse mesmo crime.
Poderão estas duas vidas cruzar-se, quando uma delas se perde em zonas escuras que a mantêm na ignorância de alguns factos? Quando a outra não consegue descortinar nada no branco da tela que lhe oculta momentos passados? Poderia esse encontro permitir que a verdade fosse realmente descoberta?

O livro pode ser encontrado aqui ou aqui.


sábado, 21 de junho de 2014

G. K. Chesterton


 Gilbert Keith Chesterton, (1874-1936), nasceu em Inglaterra, e foi um dos nomes mais importantes da literatura policial dos primeiros anos do século XX, influenciando muitos outros autores. Criou a personagem do Padre Brown.
Trata-se de um padre católico que resolve casos mais pela análise das características psicológicas dos intervenientes do que por uma dedução a partir de pistas que o criminoso vai deixando.
Chesterton mais do que criar histórias em que se pretende entregar os criminosos à justiça, destrói as falsas aparências com que determinados factos e várias personalidades podem ser interpretados, sendo um inovador na literatura policial. 

sexta-feira, 13 de junho de 2014

O Nome da Rosa

O nome da Rosa é um romance histórico com uma excelente intriga policial. Tem uma trama que descreve todos os caminhos da investigação criminal, em plena Idade Média, não faltando até alguns pormenores de origem técnica, relativas a venenos, mas que estão perfeitamente enquadrados no tempo em que os factos narrados decorrem.
Com uma envolvente histórica de luta pelo poder político e religioso, na definição da corrente que predominaria na igreja católica, a investigação centra-se sobre um conjunto de crimes que ocorrem numa abadia, onde está a decorrer um encontro político-religioso, e são levadas a cabo pelo frade franciscano Guilherme de Baskerville, com a ajuda do noviço Adso de Melk.

Um livro imperdível para quem gosta de literatura e aprecia uma boa trama policial.

sábado, 7 de junho de 2014

Cinema- Scarface

A novela Scarface, do escritor norte-amaricano Armitrage Trail, publicada em 1929, deu origem a dois filmes.
O primeiro, logo em 1932, foi dirigido por Howard Hawks, com Paul Muni e Ann Dvorak.
Em 1983 foi feita uma nova versão, realizada por Brian de Palma, com Oliver Stone a escrever o argumento, com base no livro de Trail.

Esta versão teve como protagonistas Al Pacino e Michel Pfeiffer
Versão de 1932 

Versão de 1983

terça-feira, 27 de maio de 2014

Poirot e os 4 relógios

Poirot e os 4 relógios não será uma das melhores obras de Agatha Christie.
A escritora usa um truque já utilizado em outras obras: a testemunha que sabe, mas não desconfia do que sabe. As palavras usadas pela testemunha poderiam ter duas leituras, mas um leitor conhecedor do estilo de Agatha Christie, quando lê a frase que essa testemunha diz ao polícia, fica imediatamente a perceber por quem é que pode ter sido cometido o crime.
Poirot e os 4 relógios é uma história em que a trama gera excessivas coincidências, com as personagens a terem demasiadas relações entre si. 
Em termos de processo narrativo é um livro interessante, pois este é um caso em que  Poirot não investiga. Descobre quem cometeu o crime a partir do relato que lhe é feito por um dos investigadores.

Da resolução do caso permaneceram várias interrogações que não tiveram resposta cabal, não ficando claro onde foi cometido o crime e como apareceu a vítima nesse local.

quinta-feira, 22 de maio de 2014

O Escaravelho de Ouro

A coleção O Escaravelho de Ouro surgiu em 1950, propriedade da Empresa Editorial Édipo, LDA. Editava autores de qualidade e algumas obras de publicação recente.
Para se promover, esta coleção sorteava, por cada livro que saía, uma viagem a uma cidade de outro país. A primeira foi a Londres, a segunda a Roma, a terceira e a quinta  a Paris, a quarta a Madrid e a sexta ao Rio de Janeiro. Este sorteio era feito por um sistema de senhas numeradas que acompanhava cada exemplar. Quem tivesse as senhas correspondentes a 12 livros  diferentes poderia  habilitar-se  a uma viagem de volta ao mundo.
A coleção publicou 40 volumes.
Os primeiros cinco volumes da coleção foram:
1 – Três igual a um, de Stanislas A. Steeman.
2 – Homem ao mar, de F. Wills Crofts
3 – Jogo duplo, de Lucien Prioly
4 – Rapto na morgue, de Jonathan Latimer

5 – Missão trágica, de Richard Starnes

capa do nº 6

terça-feira, 13 de maio de 2014

Perigo Duplo

Alex Cross vê-se envolvido na perseguição de um assassino em série que gosta de matar para assistências públicas, e que faz tudo para que seja Alex Cross a estar na investigação dos crimes.
Entretanto Kyle Craig, um assassino em série preso por Cross, consegue fugir da prisão e este aguarda que ele venha à sua procura.
Foi o primeiro livro de James Patterson que li. Percebi que este romance pertence a uma saga, com personagens que vêm do passado. Apesar dessa fundamentação em episódios anteriores, não há qualquer interferência no relato descrito em Perigo Duplo.
É uma história de uma perseguição, sem qualquer investigação policial, onde o autor gere a ausência de informação que o protagonista não tem, mas que o leitor vais tendo, uma vez que há capítulos narrados pelo criminoso.
A trama é pouco realista, e o autor exagera na forma fácil como o assassino consegue atuar, sem que surja a mínima interferência de quem observa. Sendo uma obra em que o “polícia ganha”, (pelo menos parcialmente), toda a ação decorre na dependência da vontade do criminoso. Alex Cross vagueia pelas pistas falsas e verdadeiras que o criminoso deixa e o desenlace dá-se por acaso, não pela capacidade de dedução ou pela perspicácia do protagonista.
Se o assassino domina o relato, gosto de criar empatia com ele, e ver que no fim ele se salva. Se é o polícia que protagoniza a investigação, gosto que ele “faça pela vida”, e que o seu trabalho de pesquisa resulte na descoberta do criminoso.

Pelas razões já expostas, não foi um livro que me tenha fascinado.

terça-feira, 6 de maio de 2014

O Mistério da Estrada de Sintra

Eça de Queiróz e Ramalho Ortigão não ficaram na história da literatura por serem autores de livros policiais, no entanto, são considerados os precursores da Literatura Policial Portuguesa.
A obra que escreveram em parceria, O mistério da estrada de Sintra,  nasceu de uma ideia de Ramalho Ortigão, e foi publicado em folhetim entre 24 de Julho e 27 de Setembro de 1870 no Diário de Notícias e mais tarde em livro.
Publicado diariamente sob a forma de cartas anónimas, o mistério intrigou os leitores da época, criando um clima de dúvida sobre o que realmente se teria passado, e fazendo acreditar que os factos eram verídicos. Apenas em 27 de Setembro Eça de Queirós e Ramalho Ortigão se identificam como os autores das cartas, classificando os textos como ficção.
Deve realçar-se que, alguns anos mais tarde, em 1884, numa das edições publicadas em livro, os autores consideram a sua obra execrável, fazendo mesmo humor com pormenores do texto que tinham escrito 14 anos antes.
Não existe nesta obra uma investigação nem uma ação do criminoso que tenta iludir a justiça. Todo o romance é a narração de um crime, em que só no final se sabe quem o cometeu. Sabem-se os pormenores porque os diferentes protagonistas os vão narrando e não porque sejam resultantes de investigação. Noutros países já se escreviam obras, que sem dúvida tendo uma qualidade literária menor, tinham no entanto características policiais muito mais evidentes.
Para quem nunca leu e quer conhecer a evolução da literatura policial portuguesa não deixa de ser uma obra de referência.

quarta-feira, 30 de abril de 2014

Patricia Highsmith

Patricia Highsmith, (1921-1995), foi uma escritora norte-americana que publicou a sua primeira obra em 1950,Strangers on a Train, editada em Portugal pela Colecção Vampiro sob o título O desconhecido do Norte-Expresso. Este romance foi  adaptado ao cinema  logo no ano seguinte por Alfred  Hitchcock, sendo Raymond Chandler um dos dois escritores que fizeram a adaptação da novela para o argumento cinematográfico.
As personagens que Patricia Highsmith  cria  são psicologicamente densas, com os seus recalcamentos e frustrações a aflorarem quando as circunstâncias as  atiram para comportamentos fora da norma., vivendo por vezes à margem da lei.
A sua criação mais famosa é Mr. Ripley, o assassino sem escrúpulos, completamente amoral, que mata por prazer, que mata para obter lucro e que escapa sempre à polícia.
Quando Mr Ripley surgiu, já havia na literatura policial personagens principais que estavam á margem da lei. Mas a sua marginalidade era simpática. Quase sempre era o bandido que acabava por ajudar a polícia, mesmo contra a vontade desta, e que vivia à margem da lei devido às injustiças da sociedade ou do sistema judicial.
Ripley é diferente. É simplesmente um assassino e o leitor aceita-o como tal e deseja que ele escape.
São cinco as novelas que Patricia Highsmith escreveu para esta personagem:

The Talented Mr Ripley, Ripley Underground, Ripley's Game, The Boy Who Followed Ripley E Ripley Under Water.

quinta-feira, 24 de abril de 2014

Não é policial, mas é meu


Uma história, não policial, que me diverti a escrever.
Os eventuais interessados podem encontrá-lo aqui, aqui, ou  aqui.

domingo, 20 de abril de 2014

Grandes Mistérios

A coleção policial Grandes Mistérios, editada pela Romano Torres, surgiu em 1943 e editou 151 livros, tendo o último volume saído em 1970.
Uma parte muito significativa dos títulos publicados são da autoria de Gentil Marques e da sua esposa Maria Amália Marques, sob a capa de inúmeros pseudónimos.
Na lista dos autores dos 10 primeiros volumes da coleção é possível referenciar  James Strong, Marcel Damar, G. D. Richardson e Herbert Gibbons como pseudónimos de Gentil Marques. John S. Falk foi um pseudónimo de Maria Amália Marques.
Quanto ao nome de Philip Barnne, não consegui encontrar nenhuma informação, mas será também, muito provavelmente, um pseudónimo de um dos elementos do casal.

Primeiros dez volumes.
1. Os cinco suspeitos de Park-House, James Strong
2. O mistério da bailarina chinesa, John S. Falk
3. Fui morto por um fantasma, Marcel Damar
4. O crime do Stúdio nº 7, G. D. Richardson
5. O enigma de Queen’s street, Herbert Gibbons
6- Noites tenebrosas de Xangai, John S. Falk
7. A morte espreita pela janela, James Strong
8- O crime da estrada de Colchester, Philip Barner
9- Três enforcados numa corda, Herbert Gibbons
10- O assassino mora no rés-do-chão, Marcel Damar

Fica a imagem da capa do número 113, numa fase, depois do número 80, em que a coleção começou a publicar autores estrangeiros.
Por curiosidade, refira-se que o autor deste livro, John Creasy, foi também um dos escritores que mais pseudónimos usou, como se refere aqui.

segunda-feira, 14 de abril de 2014

O Enigma do Mandarim

O Enigma do Mandarim, The Speaker of Mandarim, foi publicado em Portugal em 1988, cinco anos após a sua edição na língua original, e é o décimo segundo romance com a personagem do inspetor Wexford.
A história é narrada em dois tempos. Numa fase inicial, Wexford encontra-se na China em representação oficial, onde estabelece contacto com um grupo de turistas ingleses e onde é vítima de enigmáticas visões.
Numa segunda fase, após o regresso, Wexford tem que investigar a morte de uma das turistas, ocorrida já em território inglês, obrigando-o a estabelecer o contacto com mais alguns dos viajantes e a tentar relembrar os episódios a que assistiu na China, com a dificuldade de ter que destrinçar entre o que foi alucinação e o que foi real.

Há vários anos que tentava encontrar este livro, o que consegui recentemente, daquela que é a minha autora favorita, Ruth Rendell.

domingo, 6 de abril de 2014

A Sentinela

Pedro Coutinho, construtor civil com um bom relacionamento nas áreas de topo do poder político, é assassinado.
Henrique Monroe, inspetor da Polícia Judiciária, é destacado para chefiar a investigação, tendo a apoiá-lo a inspetora Luci.
Num homicídio que se evidencia pela violência, várias são as pistas a seguir. Teria Coutinho sido morto para não divulgar as ligações corruptas que tinha com alguns políticos, e que tinham sido essenciais para alguns contratos que efetuou? Estaria a morte do construtor civil relacionada com a atitude que tomara em defesa da sua filha adolescentes, que teria sido vítima de abusos sexual? Poderia ser uma das suas amantes a assassina?
Na narração da investigação, cruza-se a vida pessoal e familiar de Monroe com um presente totalmente condicionado pelo que foi a sua infância nos Estados Unidos e pela sua relação com a mãe, o pai e o irmão.
Gostei da parte do romance que se refere ao crime, às suas causas, à investigação e ao pormenor que permitiu descobrir quem matou Pedro Coutinho. Já não gostei tanto dos aspetos relacionados com o passado de Monroe, das descrições dos seus relacionamentos familiares, e da forma como ambos cruzam a investigação.

Foi o segundo livro de Zimler que li. O primeiro, há já alguns anos, foi O último cabalista de Lisboa, que me deixou fascinado, pelo que aguardava igual sensação com este, o que não sucedeu.
Mesmo sem me deslumbrar, foi um livro de que globalmente gostei.

quinta-feira, 27 de março de 2014

Uma Aventura Inquietante

José Rodrigues Migueis é um dos mais importantes escritores do século XX, com vasta obra publicada. Entre os livros de que é autor encontra-se um romance policial, dos mais bem escritos e concebidos por autores portugueses, intitulado “Uma aventura inquietante”.
Foi publicado no semanário “O diabo” entre 16 de Setembro de 1934 e 12 de Julho de 1936. Desde que se iniciou o folhetim e até 23 de Junho de 1935 a publicação foi regular. Nessa data, o escritor partiu para os Estados Unidos, ficando o romance inacabado. Viria a recomeçar em 7 de Junho de 1936, devido aos insistentes pedidos dos leitores, que queriam saber como terminaria a história.
Só nessa altura se soube que o autor do romance era José Rodrigues Miguéis, que iniciara a publicação da obra sob o pseudónimo de Ch. Vander Bosch, autor belga, aparecendo o seu nome apenas como tradutor da obra.
Em 1958 a obra surgiria em livro, tendo-lhe o autor introduzido um texto no início, “À laia de introdução”, e um posfácio, “Começo e fim de uma aventura”.
O livro descreve as atribulações de um português, Zacarias d’Almeida, natural de Alcanhões, enredado numa situação de troca de identidades por terras do norte da Europa.
A construção do romance cria um ambiente muito intenso, deixando o leitor na perspetiva de pensar que já percebeu toda a trama, e de repente vê tudo a baralhar-se novamente. A ação segue um ritmo fulgurante, cheio de peripécias e incidentes, prendendo sempre a atenção de quem lê.
Não deve o leitor também deixar de apreciar o humor cáustico de José Rodrigues Miguéis sobre as instituições da época, comparando com o que se passa nos dias de hoje e percebendo a sua atualidade.
Trata-se de uma obra única no panorama da literatura policiaria em Portugal, pela construção do enredo e pela própria construção narrativa, que deixa o leitor a duvidar sobre quem será o narrador.

Uma obra que todos os gostam de boa literatura e de boa literatura policial não devem perder.

segunda-feira, 24 de março de 2014

Mário Domingues

Faz hoje 77 anos que faleceu, em 24 de março de 1977, Mário Domingues.
Nascido na ilha do Príncipe em 3 de Julho de 1899, que  na época era parte constituinte do território português ultramarino, veio ainda criança para  a metrópole, para casa de uma avó.
Publicou a sua primeira novela policial, O Homem sem boca, que ficou incompleta, na coleção  Novela Policial. Em 1954, no primeiro número da coleção ABC Policial, editada por Artur Varatojo, Mário Domingues deu um final a essa novela.
No que concerne à literatura policial escreveu apenas um romance sob o seu nome, O crime de Sintra, em 1938, publicado no número 14 da coleção Detective. Todos os outros foram publicados sob os mais variados pseudónimos. Fica aqui a lista de alguns que Mário Domingues utilizou, não sendo de excluir que existam outros ainda desconhecidos: Fred Criswell, Henry Jackson, James Black, Joe Waterman, Marcel Durand, Max Felton, Nelson McKay, Peter O’Brion, Thomas Birch e W. Joelson.
Na literatura para os mais jovens criou o aventureiro russo Anton Ogareff e o cow-boy Billy Keller, com vários livros publicados, utilizando um pseudónimo com nome duplo, Henry Dalton e Philip Gray.
Teve também obra de relevo na divulgação da história de Portugal, com a publicação das biografias de várias personagens históricas, que lhe valeu a atribuição do grau de Oficial da Ordem de Sant'Iago da Espada, destinada a distinguir individualidades de relevo nas Ciências, nas Artes e nas Letras

quinta-feira, 20 de março de 2014

O mistério da casa vermelha

A. A. Milne publicou The Red House Mistery em 1922, constituindo-se o livro um sucesso de vendas imediato. O autor viria a ser conhecido mundialmente, pela criação posterior a esta data das personagens Winnie-the-Pooh e Christopher Robin, que a Disney adaptaria ao cinema.

Marc Ablett, o proprietário da casa vermelha, gostava de ter sempre convidados na sua casa. Foi na tarde de um dia em que as cinco pessoas que ele convidou foram jogar ténis, que chegou o seu irmão residente na Austrália há vários anos. Além de Marc, encontravam-se na casa o seu primo e homem de confiança, Mathieu Cayley, e todos os empregados.
Foi numa sala fechada que, logo após a sua chegada, apareceu morto Robert, o irmão de Marc.
A investigação foi feita por Antoine Gillingham, que surgiu na casa segundos após o crime ter ocorrido, para visitar um dos convidados, Bill Beverley.
O autor pretendeu fazer de Antoine um novo Sherlock Holmes e de Bill um Watson, que ia questionando Antoine para que ele expressasse o seu raciocínio dedutivo.

Como em muitas obras desta época, na literatura policial inglesa, estamos perante a aristocracia britânica, com pessoas que vivem apenas dos rendimentos, nada fazem e com as casas cheias de empregados para todos os serviços.
Embora a forma como o crime foi cometido seja bastante interessante, todo o processo de investigação é muito pobre e as motivações e atos das personagens são muito inverosímeis.
Sem dúvida que é uma obra de qualidade mais baixa que as de outros autores ingleses contemporâneos de Milne.

A edição portuguesa é de 1955 e foi publicada na Colecção Xis.

quinta-feira, 13 de março de 2014

O caso da moldura dourada

O Caso da Moldura Dourada foi o livro que iniciou a colecção Clube do Crime da editora Europa-América. A obra original, The Beautiful Golden Frame, foi publicada em 1980, sendo imediatamente traduzida para português e publicada, de modo a marcar a abertura da coleção com uma obra contemporânea.
O livro tinha uma capa original, em que a moldura de um espelho se apresentava em relevo.
A história descrevia mais um caso do detective Mark Preston, a criação de Peter Chambers, pseudónimo do escritor Dennis Phillips, numa narrativa que por vezes se torna um pouco confusa.
Mark Preston é contratado pelo milionário Bernard Rivers, quando a sua casa sofre a ameaça de ser incendiada por uma mulher que ele julga enlouquecida.  Rivers acha que mais do que o objetivo de queimar a casa existe a vontade de queimar um retrato da sua falecida esposa.
O desenvolver da investigação vai levar Mark Preston ao mundo do falecido autor do retrato e à tentativa de estabelecer uma ligação com a ameaça que  milionário está a sofrer.
Se o desenlace da história é bem conseguido e a própria sequência da trama, apesar de seguir por vezes caminhos menos claros, mostrar um ritmo bem interessante, já o mesmo não se pode dizer em relação à razão pela qual o detective é contratado. É o ponto fraco de todo o enredo.

sábado, 1 de março de 2014

Georges Simenon

Georges Simenon -(1903-1989)- marca a literatura policial com a sua personagem Maigret, comissário da polícia Judiciária Francesa.
Simenon trouxe um novo estilo ao romance policial da Europa. Com ele o crime passou a ser um mero acessório da história. As personagens são o mais importante; os seus impulsos, os seus ódios, os seus amores e o meio social onde vivem. O criminoso comete sempre o crime porque um conjunto de razões exteriores o levam a isso.
Simenon retrata toda a sociedade francesa, desde a mais alta sociedade burguesa e aristocrática, às prostitutas e bêbados dos bairros que vagueiam nas ruas, mostrando como surge o crime e o que o motiva. Expõe o íntimo das personagens, e é essa a via utilizada para colocar Maigret a descobrir o criminoso.
Com Simenon existe sempre uma razão objetiva e real para cometer o crime e, muitas vezes, o criminoso recebe a compreensão e simpatia do polícia, que o prende apenas porque é o seu dever.
Apesar de ter um grande número de romances e novelas utilizando a personagem  de Maigret, Georges Simenon tem ainda mais obras em que não o faz, tornando-se num escritor extremamente prolífico, mas mantendo uma elevada qualidade, criatividade e originalidade.

quinta-feira, 20 de fevereiro de 2014

O Colecionador de erva

Francisco José Viegas é um caso de longevidade na escrita de livros policiais. Desde 1987 que Jaime Ramos e Filipe Castanheira, em conjunto ou individualmente, são protagonistas na investigação de crimes. Com alguns dos seus livros seus publicados na França, no Brasil, na Alemanha, na Itália e na República Checa, este autor é um exemplo de que é possível criar ambientes de investigação criminal em Portugal e exportá-los para outros públicos.
Jaime Ramos, inspetor da Polícia Judiciária, a personagem criada por Francisco José Viegas, aparece mais uma vez na investigação de um conjunto de mortes. Surgem cadáveres, aparentemente sem ligação, obrigando Ramos e a sua equipa ao trabalho de averiguação, tentando ligar essas mortes ao desaparecimento de uma jovem de uma família tradicional do norte do país.
 Embora sendo polícia, fica-se por vezes com a dúvida de qual é o lado em que Jaime Ramos ou os seus subordinados se colocam, nomeadamente quando, como ocorre nesta situação, Isaltino tem que ignorar alguns atos menos claros da sua colega Olívia, que o autor, em entrevista, afirmou poderá vir a ser personagem principal no futuro.
Acompanhar as investigações de Jaime Ramos é mergulhar no mundo português de alguém que não quer saber de convenções sociais e morais. É percorrer caminhos da gastronomia portuguesa. É analisar as convulsões sociais e históricas dos últimos 40 anos em Portugal.
Em O colecionador de erva, publicado em 2012, cruza-se o mudo europeu com o africano e o brasileiro. O tráfico de droga, os negócios em Angola, tudo se combina num processo catalisador de que resultam as várias mortes.
Jaime Ramos, coadjuvado por Isaltino Morais, irá desvendar o caso, mas, como sempre, Francisco José Viegas nunca dá a resposta completa e clara a todas as dúvidas. Há sempre ilações que ficam para o leitor.

Refira-se ainda que, segundo o autor, este romance teve inspiração num caso real de que ele teve conhecimento.

terça-feira, 18 de fevereiro de 2014

A cadeira elétrica

A dupla de escritores que se oculta sob o pseudónimo de Ellery Queen, usou o  de Barnaby Ross para criar uma outra personagem: Drury Lane, um ator reformado, que foi protagonista em quatro livros.
Num deles, A Tragédia Z, é relatada de forma objetiva a execução na cadeira elétrica de um condenado de nome Scalzi, mostrando de forma clara a crueldade do ato.
A descrição dura cerca de duas páginas, mas deixo aqui apenas um breve trecho, com tradução minha, da versão espanhola, dado que não possuo o livro em português.

A iluminação brilhante de repente caiu. O homem que estava na cadeira teve um violento sobressalto, como se quisesse quebrar as correias que o prendiam . Um fumo acinzentado girou com indolência em torno de seu capacete metalico. As mãos crisparam-se sobre os os braços da cadeira, ficaram progressivamente vermelhas, e logo de  seguida, voltaram a ficar brancas. Os nervos do pescoço esticaram-se como cordas, lívidos na sua asustadora nudez. .
Scalzi , agora, já não se movia.
A luz recuperou a sua intensidade.

quarta-feira, 12 de fevereiro de 2014

Quando o Cuco Chama

O irmão de uma modelo famosa não aceita o suicídio desta e contrata um detetive, Cormoran Strike, para que este prove que se tratou de um crime.
Toda a obra se desenvolve com a investigação do detetive, auxiliado pela secretária, Robin, permitindo que lentamente ele consiga aproximar-se da verdade.
Se inicialmente lhe parecia que o suicídio era a conclusão mais óbvia, os elementos novos que surgem levam-no a concluir pela existência de crime.
Este policial está concebido numa estrutura que faz lembrar as obras de Agatha Christie, com o detetive a ir investigando os vários suspeitos, testemunhas, ou personagens com outro tipo de envolvimento, uma a uma, recolhendo indícios e encontrando a falha num álibi que lhe indique o assassino. Tal como Christie, também Galbraith apresenta o caso de forma honesta ao leitor. Mostra todas as provas, permitindo-lhe concluir, se fizer uma leitura atenta, quem poderá ser o criminoso.
Robert Galbraith é o pseudónimo da conhecida J. K. Rowling, a autora da saga Harry Potter e  esta obra aparenta ser a primeira de um conjunto em que o detetive Strike e a secretária Robin serão protagonistas.
Gostei de ler, apesar de no aspeto da estrutura do policial, existirem algumas coincidências que permitiram o crime e produziram os alibis. Também uma das atitudes da vítima que condicionou a existência do crime me parece muito inverosímil.
Uma leitura a fazer para quem gosta do policial inglês clássico.


segunda-feira, 10 de fevereiro de 2014

Edgar Wallace

Passam hoje 82 anos da data em que faleceu, em 10 de Fevereiro de 1932, o prolífico escritor Edgar Wallace.
Este autor inglês, nascido em 1 de abril de 1875, é bastante conhecido em Portugal, com várias obras publicadas em algumas das coleções policiais editadas no nosso país na segunda metade do século passado.
Apesar de ser um campeão de vendas, nunca foi muito bem aceite pelos seus colegas escritores contemporâneos nem pela crítica, que não lhe reconheciam qualidade nos quase 200 romances e cerca de 1000 contos escritos.
De entre as suas criações mais famosas, ficou a personagem  

terça-feira, 4 de fevereiro de 2014

A mulher que sabia tudo

Um funcionário da inspeção tributária assiste a uma tentativa de homicídio quando vê uma mulher a ser empurrada para a linha de metro. Salva a mulher, mas na tentativa de descobrir as razões porque a pretendem a matar, vê-se envolvido num caso de sequestro e assassínio. Não sendo um polícia, com autoridade para investigar, tem que recorrer a subterfúgios que lhe permitam entrevistar os diferentes envolvidos.
Trata-se de uma história bem contada, mantendo o leitor num ambiente de bom humor, mesmo quando a situação se torna dramática e perigosa para o protagonista.

Espera-se que este inspetor tributário, que enquanto profissão para detetive amador, se não é única na literatura policial, será muito rara,  regresse para mais investigações.

terça-feira, 28 de janeiro de 2014

Colecção Xis

A Colecção Xis, da Editorial Minerva, surgiu em 1950, sendo durante os 20 anos seguintes a grande rival da Coleção Vampiro. Editada em formato de bolso, publicou até ao início da década de setenta 202 livros, incluindo  coletâneas de contos. Em 1986 foi feita uma tentativa de reativar a edição desta coleção, mas até 1993, data em que foi publicada mais uma antologia, apenas foram publicados mais 8 volumes.
Tendo alguns autores em comum com a Coleção Vampiro, a Colecção Xis teve a marca distintiva de publicar trabalhos de alguns autores portugueses, ao contrário da coleção rival, que apenas na sua fase final publicou obras de autores nacionais, mas escritas algumas dezenas de anos antes.
Na estreia da coleção, James A. Marcus, esconde uma dupla de autores portugueses, J. P. Fernandes e A. Fernandes, mas outros se seguiram, fosse sob pseudónimo ou com o nome real.
Deixo aqui a lista dos primeiros 10 volumes, assim como a imagem do livro nº 3 da coleção, o número mais baixo que eu possuo.
1- Um crime branco, de James A. Marcus
2- Entrevista com a morte, de Leslie Ford
3 – O mistério da gaiola de oiro, de Samuel Spewack
4 – Olhos na sombra, de Edgar Wallace
5- Os sete ratinhos, de Carol Kendall
6 – Dois tiros de pistola, de W. P. Givern
7 – A última caçada, de Mignon Eberhart
8 – Morte entre amigos, de Lange Lewis
9 – Crime Impune, de Edgar Wallace
10 – A sombra do outro, de Phillips Oppenheim


segunda-feira, 20 de janeiro de 2014

Morte com vista para o mar

O ex-professor universitário de Direito, Alberto Morgado, é assassinado de forma exacerbadamente violenta. Gabriel Ponte, ex-inspetor da Polícia Judiciária em situação de aposentação antecipada, é contactado pela sua ex-esposa, Patrícia Ponte, para ajudar na investigação do crime.
Gabriel defende tratar-se, no início, devido à violência demonstrada pelo assassino, de um crime passional, mas vai mudando de opinião, para a posição que Patrícia defende, que se estará perante um caso com motivações político-económicas, corrupção e tráfico de influências.
A trama mostra de forma muito realista como evolui uma investigação policial e o modo como as autoridades se vão aproximando da verdade, que o leitor tem a possibilidade de conhecer antes da própria polícia.
Ao longo da história vão-se sabendo as razões que levaram à saída de Gabriel da polícia, que envolvem uma outra personagem, a jornalista Filomena Coutinho, que na sequência das notícias que publica influencia o desfecho do caso.
Para ler, sem dúvida alguma.


quinta-feira, 16 de janeiro de 2014

Cinema- Janela Indiscreta

É um dos grandes clássicos do cinema de suspense, mas também de toda a história do cinema.
O filme Janela Indiscreta, realizado por Alfred Hitchcok, é baseado num conto do escritor Cornell Woolrich, que também escreveu sob o pseudónimo de William Irish.
O conto It Had to Be Murder, foi publicado em Fevereiro de 1942 na Dime Detective e adaptado ao cinema em 1954 sob o título Rear Window, tendo ficado conhecido em Portugal como Janela Indiscreta.
Tendo como protagonistas James Stewart e Grace Kelly, narra a forma como um fotógrafo profissional, que está obrigado a permanecer em casa devido a um acidente, descobre que o seu vizinho da frente terá cometido um assassínio.
Woolrich e Hitchcok, dois mestres do suspense cujos talentos permitiram esta obra-prima.

domingo, 12 de janeiro de 2014

Balada da praia dos cães

 Um dos excelentes escritores da literatura portuguesa da segunda metade do século XX fez uma abordagem policial num dos seus romances mais conhecidos.
Balada da praia dos cães, foi editado pela primeira vez em 1982, tendo ganhado o «Grande Prémio de Romance e Novela» atribuído pela Associação Portuguesa de Escritores. A obra teve uma adaptação cinematográfica, efetuada José Fonseca e Costa, foi traduzida nas principais línguas europeias e foi selecionada pelo Sunday Times para os melhores romances estrangeiros publicados na Grã-Bretanha em 1986.
Obra com uma acentuada matriz política, aborda a situação em Portugal no início dos anos sessenta e a luta dos que tentavam derrubar o regime instituído. Neste contexto surge um crime. Um cadáver aparece numa praia, e é o chefe de brigada, Elias Santana, quem investiga o crime. Esta obra de José Cardoso Pires não faz parte, normalmente, das listagens de livros policiais, todavia, todo o processo de investigação do caso segue a matriz do género: averiguação do autor do crime, recolha de testemunhos e de documentos acerca do modo de vida da vítima e como passava o tempo nas vésperas de desaparecer, cumplicidades e conflitos entre os polícias encarregados do inquérito, progressão das investigações por confronto dos suspeitos, dos resultados da análise de laboratório, das opiniões entre os polícias e das divergências de datas e horários.
Um bom romance de características policiais.

terça-feira, 7 de janeiro de 2014

Blackpot

BlackPot é um conto publicado em livro.
Obra póstuma de Dennis McShade, Dinis Machado, publicada em 2009, aborda a temática policial da mesma perspetiva que os anteriores livros, cujo protagonista fora Peter Maynard: do lado dos criminosos.
Tal como nos livros anteriores, onde Maynard, um assassino profissional, fica sempre vencedor, também aqui existe um assassino que vence, numa história em que todas as personagens são criminosas, morrendo sucessivamente, na luta pelo poder. McShade não usou Peter Maynard, mas continuou a trabalhar com assassinos.

Narrado  num ritmo elevado, este conto poderia ser uma sinopse para um romance, pois estão lá  os elementos necessários: o crime, a traição e o poder.  O autor optou no entanto por esta narração curta, criando um excelente momento de literatura, de suspense e de entretenimento.

quarta-feira, 1 de janeiro de 2014

Noite de angústia

Este livro faz parte de uma aquisição feita há algum tempo, de vários exemplares da coleção Xis, que foi um sucesso editorial nos anos 50 e 60 do século passado. É o número 96, publicado em 1960, com uma novela e um conto mais curto, de um dos escritores mais divulgados naquela coleção.
William Irish é um dos grandes autores policiais da primeira metade do século XX, criando situações de grande suspense e originalidade.
A originalidade não falta neste Noite de angústia, publicado originalmente na Detective Fiction Weekly, em junho de 1938, podendo ser até questionável a exequibilidade do processo utilizado para cometer os crimes.
O título original é The room with something wrong, remetendo imediatamente para o cerne da história. Um quarto de hotel onde acontece uma série de mortes que a polícia classifica como suicídios, mas que o detetive do hotel considera terem sido crimes. Mesmo quando apresenta provas do homicídio à polícia, esta não as considera válidas.
Será contra todos, polícia e proprietário do hotel, que Striker, assim se chamava o detetive, pondo em risco a sua vida, decide provar que existe crime e descobrir quem é o criminoso.

Este livro é composto por um outro conto, Madrugada trágica, que narra os últimos momentos de um condenado à guilhotina em França, e da tentativa feita pela namorada para que o carrasco não consiga executar a sentença, tendo um final surpreendente.