quinta-feira, 28 de maio de 2009

Mistério Magazine de Ellery Quenn

Ellery Queen's Mystery Magazine foi uma revista criada em 1941, nos Estados Unidos, dedicada à publicação de contos policiais. Em 1949 surgiu a edição em língua portuguesa, editada no Brasil, mas que também era vendida em Portugal. Mistério Magazine era o seu nome, e o primeiro número surgiu em Maio de 1949, publicando uma selecção de contos saídos até à data na edição americana.
A partir do número 49 alterou o título para Mistério Magazine de Ellery Queen.

Eis a lista dos textos publicados nesse número 1.

O cabograma, de T.S. Sttribling;
O crime perfeito de Mr. Digberry,de Anthony Abbot;
Gelo verde, de Stuart Palmer;
O rubens roubado, de Jacques Futrelle;
A divisão amalucada de Anthony Boucher;
Suspeito desconhecido, de Courtney Ryley Cooper;
A aventura da caça ao tesouro de Ellery Queen;
Adeus aos Faulkners, de Miriam Allen de Ford;
O macete, de James Hilton;
Conselho de Juiz, de Viola Brothers Shore.

Uma publicação de consulta indispensável para quem quiser conhecer um pouco da história da literatura policial.
Capa do número 1, com as inevitáveis marcas do tempo, que é uma reprodução da revista americana número 2.

domingo, 24 de maio de 2009

Mão direita do diabo

Mão direita do diabo, publicado pela primeira vez em 1967, é o primeiro livro em que surge a personagem de Peter Maynard.
Contratado para eliminar quatro homens, passa, sem que perceba como, de caçador a caçado. Para sobreviver tem que usar inúmeros ardis e fazer valer a sua total ausência escrúpulos. A amizade, que também pode existir entre duros criminosos, a traição e a ganância pairam nesta obra.
Mainard percorre longos caminhos em busca da resposta que afinal se encontra próxima de si, num circulo que se fecha em busca do ponto original.

quarta-feira, 20 de maio de 2009

Pepe Carvalho

Quando em 1972 a personagem de Pepe Carvalho surgiu no livro Yo maté a Kennedy. Impresiones, observaciones y memorias de un guardaespaldas, da autoria de Manuel Vazquez Montalban, ninguém imaginaria que acabara de nascer uma das personagens mais interessantes da literatura policial do século XX.
Pepe Carvalho é um ex-agente da CIA, ex-membro do partido comunista espanhol, que trabalha como detective particular. É também um gastrónomo. Algumas das páginas dos seus casos relatam sabores e odores de cozinhados e muitas vezes a descrição da sua confecção.
Os casos de Pepe Carvalho não se reduzem à Espanha, levam-no através do planeta, sempre com uma visão muito crítica do mundo, das pessoas e das relações sociais. Visão essa, de falta de esperança, que acaba por se traduzir na destruição que Pepe Carvalho faz da sua biblioteca, usando os livros para acender o fogo.
Em Portugal estão ainda por publicar alguns dos livros da série. Os pássaros de Banguecoque, As termas, O prémio, Milénio I, Milénio II, Assassinato no comité central, O quinteto de Buenos Aires, Os mares do Sul e Tatuagem, foram os únicos de que encontrei referência da pubicação.

sábado, 16 de maio de 2009

Dick Haskins



Dick Haskins é o pseudónimo literário de António Andrade de Albuquerque, escritor português nascido em Lisboa em 18 de Novembro 1929.
O facto de os leitores portugueses não aceitarem bem os autores nacionais levou-o, por exigência editorial, a utilizar um pseudónimo com nomes ingleses.
Em 1954 publicou o seu primeiro livro, O isqueiro de ouro, que viria a ser o primeiro de uma série de sucessos editoriais, traduzidos em mais de 20 países. Sem dúvida que o escritor português de livros policiais de maior sucesso e mais conhecido no mundo inteiro.

Romances:

Lisboa 44
A embaixadora
Estado de choque
O sono da morte
A sétima sombra
Porta para o inferno
O isqueiro de ouro
A minha missão é matar
O fio da meada
Premeditação
A hora negra
O espaço vazio
Obsessão
Quando a manhã chegar
O último degrau
O minuto 180
A noite antes do fim
Suspense
Processo 327
O jantar é às oito
Climax
Psíquico
Labirinto
Fim de semana com a morte

Contos

O último fim
Execução
O precipício
Seis minutos roubados
A queda
A vítima
Alma na escuridão
A porta fechada
O momento psicológico

Em 2007 publicou, desta vez sob o seu verdadeiro nome, dois livros fora do estilo policial:
O papa que nunca existiu e O expresso de Berlim.

terça-feira, 12 de maio de 2009

Colecção Policial

A Colecção Policial foi uma edição da Empresa Nacional de Publicidade e durou 43 números. Não é fácil identificar a data de início de publicação, mas recorrendo aos registos da Biblioteca Nacional, situar-se-á provavelmente em 1945, tendo o último volume sido editado em 1959 ou 1960.
Foi uma colecção pequena, em número de volumes editados, mas de boa qualidade, onde além da publicação de autores já há época com elevada notoriedade, surge pela primeira vez Dick Haskins.
Fica a lista de livros e de autores publicados.
Nº 1, As quatro garras, de Henry Holt;
nº 2, Um desafio à polícia de Cecil Freeman Gregy;
nº 3, O mistério dos três suicidas, de J. Mallorqui;
nº 4, Uma prenda macabra, de J. Morand;
nº 5, O mistério das aparições, de Herbert Adams;
nº 6, O crime dum médico, de Andrew Soutar;
nº 7, Bando sinistro, de Hugh Clevely;
nº 8, A noite fatal., de Herbert Adams;
nº 9, A herança do banqueiro, de Mac Dennis;
nº 10, Verde … sinal de perigo, de Christianna Brand;
nº 11, A voz misteriosa, de Henry Holt;
nº 12, Um caso tenebroso, de Carlton Walace;
nº 13, Um grito na noite de Natal, de Agatha Christie;
nº 14, O enigma do dossier 973, de Carlton Walace;
nº 15, Fim de semana trágico, de Agatha Christie;
nº 16, A morte de Carolina Bundy, de Alice Campbell;
nº 17, A mensageira vermelha, de Henry Holt;
nº 18, A marca infamante, de Seldon Truss;
nº 19, O caso Garden, de S.S. Van Dine;
nº 20, Rapto, de S.S. Van Dine;
nº 21, Os crimes do unicórnio, de Carter Dickson;
nº 22, O mistério da corda de prata, de Henry Holt;
nº 23, A morte misteriosa, de Carter Dickson;
nº 24, O macaco de barro, de Austin Freeman;
nº 25, A gargalhada da morte, de Herbert Adams;
nº 26, Cigarros perfumados, de S.S. Van Dine;
nº 27, O crime no lago, de John Dickson Carr;
nº 28, O canário coxo, de Erle Stanley Gardner;
nº 29, Seis crimes sem assassino, de Pierre Boileau;
nº 30, A herança trágica, de Anthony Gilbert;
nº 31, O caso do bispo gago, de Erle Stanley Gardner;
nº 32, A casa da peste, de Carter Dickson;
nº 33, Sequestrada, de Anthony Gilbert;
nº 34, Um caso para Salomão, de Bruce Graeme;
nº 35, A tragédia de Z, de Ellery Queen;
nº 36, A morte de saltos altos, de Christianna Brand;
nº 37, A casa dos ursos, de John Creasey;
nº 38, O sono da morte de Dick Haskins;
nº 39, O relógio da morte, de John Dickson Carr;
nº 40, O caso dos suicídios, de John Dickson Carr;
nº 41, O triunfo do inspector West, de John Creasey;
nº 42, A bengala-de-estoque, de John Dickson Carr;
nº 43, A caixa de rapé, de John Dickson Carr.

sexta-feira, 8 de maio de 2009

Manuel Vazquez Montalban

Manuel Vazquez Montalban nasceu em Espanha no dia 27 de Julho de 1939 e morreu na Tailândia em 18 de Outubro de 2003. A obra de Montalban vai muito para além do género policial, mas foi a personagem do detective Pepe Carvalho que o tornou lido por milhões de pessoas em todo o mundo.
Para os críticos do romance policial, que o menorizam , criticando os autores por se centrarem apenas no crime, Montalban é a resposta que lhe mostra estarem errados. Os livros policiais que escreveu vão muito além do crime. Há todo um contexto histórico e social que acaba até por se sobrepor, por vezes, ao próprio crime. As personagens não são apenas meros peões colocados em locais estratégicos para servirem de suporte ao crime, são elementos com passado, com amores e ódios presentes, inseridas na sociedade, e é esse papel social que têm, que torna relevante a sua presença na história.
Ler os livros da série Pepe carvalho é mergulhar na história recente da Espanha. A história dos últimos 40 anos do século vinte e as transformações políticas e sociais ocorridas no país, encontram-se bem descritas e evidentes na obra de Manuel Vasquez Montalban.

segunda-feira, 4 de maio de 2009

Peter Maynard

Peter Maynard, de alcunha “califa”, é um assassino. Mata por dinheiro, para cumprir o contrato que estabeleceu .
Sofre de uma úlcera no estômago que o obriga a quase só beber leite. Essa úlcera provoca-lhe dores e insónias, em especial nos momentos anteriores às tomadas de decisão. Quando está em acção os sintomas passam.
Dispara bem a arma, uma pistola Beretta, e mata sem qualquer remorso desde que seja pago para o fazer, sem recurso a mortes espectacularmente ensaiadas mas com eficácia. Encontra a vítima, aponta, dispara a matar, frente a frente para não poder falhar.
Quando não está em acção é um indivíduo que mostra os seus gostos por arte, literatura, música erudita e… por Olga
Um bom assassino profissional, Maynard, é como um bom actor, um bom político ou um bom vendedor de pentes. Importante é que se saiba o que se está a fazer, com eficiência. E, no teu caso, com sobriedade
Este pensamento, expresso por Maynard logo no primeiro livro, é a melhor descrição do carácter da personagem.
A personagem foi criada por Dennis McShade, pseudónimo do português Dinis Machado.