sexta-feira, 28 de janeiro de 2011

Morte entre as ruínas

Morte entre as Ruínas leva-nos a um crime cometido na cidade arqueológica de Petra.
Percebe-se que Agatha Christie conhece os locais onde a acção decorre pois consegue transmitir perfeitamente todas as emoções que o local transmite e insere os elementos naturais no desenrolar da história de um modo, que parece que só naquele local aquele crime poderia ter ocorrido.
Trata-se de um daqueles romances de Agatha em que todos os pormenores que levam à descoberta do criminoso estão lá, e o leitor atento, com facilidade, no último quarto do livro sabe quem cometeu o crime e até percebe o motivo.
Como em muitas obras da escritora as personagens são um pouco irreais. Falta algo de humano às pessoas que marcham defronte nos olhos. Ninguém é tão mau assim , ninguém é tão bom nem ninguem é tão ingénuo .


segunda-feira, 10 de janeiro de 2011

O regresso de Trent

Quando em 1913 E. C. Bentley publicou O último caso de Trent, que na verdade foi o primeiro, a obra foi considerada uma pedrada no charco da literatura policial, renovando e qualificando este estilo literário.
Foi necessário esperar até 1936 para que surgisse mais um livro deste autor, Trent's Own Case, O regresso de Trent, desta vez escrito em parceria com H. Warner Allen, que faz participar a sua personagem William Clerihew num dos capítulos do romance.
Havendo um mistério central, vão surgindo vários mistérios ao longo do livro, que duram um ou dois capítulos.

Parece-se estar perante um crime perfeito, não havendo qualquer prova para incriminar o assassino, e é necessário um ardil para o levar a confessar.
Um livro, datado pelo tempo, mas interessante de ler.

domingo, 2 de janeiro de 2011

Como Agatha Christie vê outros autores

Em The Clocks, Poirot e os 4 relógios, Agatha Christie coloca na boca de Poirot algumas observações sobre outros autores de literatura policial
O caso Leavenworth, de Anna Katherine Green publicado em Portugal como O caso da 5ª avenida.
“ Uma pessoa saboreia a sua atmosfera coeva, o seu melodrama estudado e deliberado, s deliciosas e exuberantes descrições da beleza dourada de Eleanor e da beleza prateada de Mary”

Sobre As aventuras de Arsene Lupin “ Quanta fantasia, quanta irrealidade e, contudo, quanto vigor, quanta vitalidade, quanta vida!”

O Mistério do quarto amarelo de Gaston Leroux
“ Este é um verdadeiro clássico!(…) Tão lógico! Lembro-me de algumas críticas o acusarem de desleal, mas não é desleal, meu caro Colin. Não, não! Quase, talvez, mas quase, apenas. Tem a sua diferença. Há verdade em todo ele, uma verdade porventura oculta pela cuidadosa e inteligente escolha das palavras… (…) Uma verdadeira obra-prima”

Sobre a generalidade dos autores americanos
“ Mas a quantidade de uísque e bourbon consumida em todas as páginas pelo detective de um policial americano, não me interessa nada. O facto de ele beber um litro ou meio litro não me parece afectar de modo nenhum a acção da história”

Sobre Conan Doyle e Sherlock Holmes
“ Estas histórias de Sherlock Holmes são muito artificiais, estão cheias de sofismas e são muito forçadas. Mas a arte de escrever….ah, isso é absolutamente diferente! O prazer da linguagem, a criação, sobretudo da magnífica personagem que é o Dr. Watson… Ah, isso foi, deveras , um triunfo”