sexta-feira, 30 de outubro de 2009

Cilada triangular

Não são muitos os autores que arriscam escrever uma história policial em que os “ detectives” sejam crianças. Claro que existem obras dirigidas à juventude e infância, com jovens protagonistas que se vêem envolvidos em aventuras. No entanto, geralmente, os casos não envolvem grande violência, sendo mais importante a sequência dos eventos do que a descoberta do "crime”.
Craig Rice coloca 3 jovens irmãos de 10, 12 e 14 anos como testemunhas de um crime que eles próprios irão resolver, ultrapassando a policia. Além de descobrirem quem é o assassino, os jovens tentam ainda que a sua mãe, uma escritora de romances policiais viúva, case com o polícia responsável pela investigação.
Cilada Triangular, Home Sweet Homicide, publicada originalmente em 1944, é uma das melhores obras de Craig Rice, sendo aquela que a catapultou para o reconhecimento público.
O habitual bom humor da escritora é ainda mais evidente neste livro, que deverá fazer parte de qualquer colecção de literatura policial.

segunda-feira, 26 de outubro de 2009

Obras de Dick Haskins

Em 2001 e 2002 as Edições Asa republicaram as obras de Dick Haskins, numa colecção intitulada Obras de Dick Haskins.
Por ordem cronológica de publicação, eis os títulos do mais internacional dos autores policiais portugueses.
Clímax,
Psíquico,
Quando a manhã chegar,
O jantar é às oito,
Porta para o inferno,
A noite antes do fim,
Obsessão,
O sono da morte,
O isqueiro de oiro,
A sétima sombra,
Lisboa 44,
O fio da meada,
Premeditação,
A hora negra,
O espaço vazio,
O último degrau,
O minuto 180,
Estado de choque,
Processo 327,
Labirinto.
Uma edição cuidada e com capas interessantes.

quinta-feira, 22 de outubro de 2009

Cinema - Plein Soleil

Foi a primeira adaptação para filme de O talentoso Mr Ripley.
Baseado na obra de Patrícia Highsmith, o filme Plein soleil foi realizado em 1960 pelo francês René Clément.
Teve como protagonista Alain Delon que interpretava a personagem de Ripley.

domingo, 18 de outubro de 2009

Série negra

Na década de 80 surgiu a colecção Série Negra, editada pelas Edições Regra do Jogo. Publicava essencialmente autores já bem conhecidos e obras que tinham obtido sucesso, sendo algumas já consideradas clássicas da literatura policial.
O português Artur Cortez também foi publicado na colecção, assim como um espanhol que começava a ser reconhecido internacionalmente, Manuel Vasquez Montalban.
Os primeiros cinco livros foram:
Na jogada de William Riordan
O falcão de Malta de Dashiell Hammett
Levine em Hollywood de Andrew Bergman
Ceifa Vermelha de Dashiell Hammett
A chave de Vidro de Dashiell Hammett.
Publicaram-se 21 volumes-

Capa de Alberto Lopes para o n.º 18

quarta-feira, 14 de outubro de 2009

Cara a cara

Face to face, Cara a cara em português, é um dos derradeiros livros escritos pela dupla Ellery Queen e protagonizado pela personagem homónima.
Começando de uma forma pouco realista, marcada por coincidências, a história vai ganhando consistência, fazendo surgir em cena algumas personagens curiosas.
O crime surge logo nas primeiras páginas. O número de suspeitos é enorme: um homem e várias mulheres que mantêm ou mantiveram um relacionamento amoroso com ele.
Comparando este livro com os primeiros da série, vemos um Ellery menos investigador, expondo pouco as suas ideias a não ser no final quando desvenda quem é o criminoso, e resolvendo o caso mais por uma acto de inspiração momentânea, por mero acaso, do que por uma dedução lógica e fundamentada.

sábado, 10 de outubro de 2009

Margery Allingham

Margery Allingham nasceu em 20 de Maio de 1904, tendo falecido em 30 de Junho de 1966. Em 1929 escreveu The Crime at Black Dudley, também conhecido como The Black Dudley Murder. É neste romance que surge Albert Campion o aristocrata inglês, que no entanto tem como melhores amigos alguns dos maiores vigaristas e ladrões.
As primeiras histórias de Albert Campion seguem uma linha de aventuras que se sucedem numa sequência de episódios, estando o aspecto policial como mero acessório.
A partir de Death of a Ghost, em 1934, que foi editado em Portugal sob o tíltulo Morte de um fantasma, a série aproxima-se das características do policial mais clássico, com o crime o processo de dedução que conduz à descoberta do criminoso.
O último livro de Margery Allingham, A Cargo of Eagles, foi terminado por pelo seu marido Philip Youngman Carter, apósa morte da escritora.

terça-feira, 6 de outubro de 2009

Não Incomode

A partir de 1983 a editora Gradiva publicou a colecção Não I. Com um estilo de edição muito heterógeneo, variando entre o policial clássico e as novas tendências, editou 40 volumes.
Nos livros publicados podemos encontrar Charles McCarry, Colin Dexter, Delacorta, Dick Francis, Dieter Eisfeld, Ed McBain, Edgar Wallace, Emma Lathen, Eric Ambler, G.K. Chesterton, Giorgio Scerbanenco, Herbert Lieberman, June Thomson, Len Deighton, Marion Zimmer Bradley, Mary Higgins Clark, Michael Crichton, Michael Gilbert, Patrícia Highsmith, Paul-Loup Sulitzer, Peter Lovesey Ruth Rendell, Sara Paretsky, Sébastien Japrisot e Warren Murphy.
A colecção abriu com Azul cobalto de Patrícia Highsmith, seguindo-se Congo de Michael Crichton, A inocência do padre Brown de Chesterton, Entre o silêncio e uma morte mais profunda de Ruth Rendell e O homem terminal de Michael Crichton.

Capa da autoria de Armando Lopes para o volume n.º39

sexta-feira, 2 de outubro de 2009

O minuto 180

A obra O minuto 180 tem uma abordagem transversal ao estilo policial e à espionagem. Parecendo, durante quase todo o texto, um enredo de espionagem, termina no entanto com um desenlace de estilo policial.
Foi publicada pela primeira vez em 1964 e é seu autor Dick Haskins, também o nome do protagonista.
A estrutura do livro parece um filme, com as suas mudanças de plano e de cenário, num estilo muito próprio deste autor português.
A história começa com uma bomba colocada num avião, desenvolve-se entre Londres e Munique e conta com um número significativo de vítimas mortais.
Não é das melhores obras de Haskins, com muitas coincidências a fazerem seguir a trama, nem o autor é muito “honesto” com o leitor, induzindo-o em erro, não lhe contando a história toda nem a contando de forma correcta, mas conseguindo que ele se mantenha preso à narrativa.