quinta-feira, 2 de abril de 2009

Perry Mason

Perry Mason é a mais famosa personagem criada por Erle Stanley Gardner.
Apesar das várias dezenas e aparições em novelas e contos é uma personagem curiosa do ponto de vista da sua descrição física. Esta é quase inexistente. Erle Stanley Gardner pouca informação dá sobre o advogado. Surgem por vezes referência ao rosto na perspectiva de dar confiança às pessoas ou não traduzir emoções, mas pouco mais.
É também uma personagem sem passado, família ou vida fora dos casos descritos.
Não se ocupa de casos banais de heranças ou conflitos comerciais. Logo no seu primeiro caso, “O caso das garras de veludo” ele diz para a sua cliente.
“Ainda ninguém veio procurar-me para organizar uma companhia, e nunca fiz um inventário. Não formulei mais de uma dúzia de contratos em toda a vida, e eu não saberia como proceder para executar um hipotecado”
Ainda no mesmo livro fica claro que Perry Mason é um profissional, que enquanto tal deverá ser pago. A investigação do detective diletante e rico tão frequente nas décadas anteriores, não se aplica a esta personagem.
Diz ele da cliente:
“ Para mim ela representa quinhentos dólares de adiantamento. E mais mil e quinhentos quando a coisa ficar resolvida”
“- Que me importa que ela facilite ou não o meu caminho? – perguntou ele. – Ela é uma pessoa que paga o meu tempo. Tempo é tudo o que estou empregando nisto”.
O pouco dinheiro dos clientes nunca será razão para que Mason recuse um caso, mas mesmo nessa situação, acaba por vir a ter o pagamento devido. Esses clientes no final têm sempre possibilidade de pagar.
Regra geral a solução dos casos decorre em pleno julgamento, quando Mason tem que defender o seu cliente acusado de assassínio. Não raras vezes o próprio advogado corre o risco de ser acusado de obstruir a justiça ou mesmo de mentir ao tribunal.
Trata-se de uma boa série, apesar do nível qualitativo das diferentes novelas ser bastante heterógeneo, em que para além do caso policial, se pode analisar o funcionamento da justiça norte-americana. Alguns dos livros são excelentes, mas surgem outros, felizmente poucos, de qualidade bastante fraca.

Sem comentários:

Enviar um comentário