segunda-feira, 6 de abril de 2009

As 20 regras de S.S. Van Dine

S.S. Van Dine não considerava o romance policial como um género literário. Para ele, tudo se resumia a um jogo entre o autor e o leitor. Para melhor regulamentar esse jogo, estabeleceu em 1928 no The American Magazine, um conjunto de 20 regras às quais deveriam obedecer as histórias policias. Felizmente, muitos e consagrados autores as violaram.
Resumidamente, eis o seu enunciado, numa adaptação resumida .
1 – O leitor e o detective devem ter iguais oportunidades para resolver o problema. Todos os indícios devem ser claramente enunciados e descritos
2 – O autor não deve empregar para com o leitor nenhum truque ou astúcia , que não sejam, os que o criminoso emprega contra o detective.
3 – Não deve haver enredo amoroso. O objectivo é levar um criminoso ao tribunal e não um casal ao altar.
4 – O detective nunca deverá ser o criminoso, assim como qualquer outro investigador.
5 – O culpado deve ser encontrado por um conjunto de deduções lógicas e nunca por acidente, por coincidência ou confissão voluntária.
6 – Toda a história policial deve ter um detective. A sua função é recolher as pistas que permitam identificar quem cometeu o crime no primeiro capítulo. Se ele não chegar a uma conclusão satisfatória, está na mesma situação de uma criança na escola que resolve um problema fora das regras da aritmética.
7 – Tem que existir sempre um cadáver nas histórias policiais, e quanto mais morto melhor. 300 páginas, são demasiadas páginas sem oferecer um crime de morte. O dispêndio de energia do leitor tem que ser recompensado.
8 – O problema policial deve ser resolvido por meios estritamente naturais. Métodos como leitura da mente, reuniões espíritas, transmissão de pensamento, bolas de cristal estão excluídos. O leitor deve ter oportunidade igual à do detective para solucionar o mistério; se ele tiver que competir com espíritos, fica em desvantagem.
9 – Apenas deve existir por história um detective. Usar 3 ou 4 detectives, além de complicar a clareza das deduções, coloca o leitor em desvantagem.
10 – O culpado deve ser alguém que teve um papel importante no desenrolar do romance, que seja familiar ao leitor e por quem ele se interessou.
(continua)

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