sábado, 28 de fevereiro de 2009

Quem matou o Almirante?

Em 1931 alguns membros do Detection Club escreveram em conjunto The floatting Admiral, Quem matou o almirante?.
Doze capítulos, cada um escrito por um autor diferente que teria de continuar o capítulo anterior e propor uma solução para o caso. Houve mais um escritor, G.K. Chesterton, que escreveu o prólogo, mas apenas no final, quando já era conhecida a solução.
São os seguintes os criadores da história por ordem de escrita dos capítulos.
Canon Victor, L. Whitechurch, G.D.H e M.Cole, Henry Wade, Agatha Christie, John Rhode, Milward Kennedy, Dorothy L. Sayers, Ronald A. Knox, Feeman Wills Crofts, Edgar Jepson, Clemence Dane e Anthony Berkeley que encerrou a obra.
Neste grupo realço Dorothy L. Sayers , pela solução que apresentou, ainda a meio da ora, com um grau de pormenorização extraordinário.
Mais do que a excepcionalidade da obra, que acaba por parecer em determinados momentos um pouco retalhada, é interessante verificar a forma como se pode construir um romance policial, contrapondo a escrita do autor, com a solução que ele apresenta para o final.

terça-feira, 24 de fevereiro de 2009

Sherlock Holmes

Sherlock Holmes é “o detective” por excelência. Aquele que pega no menor indício e deduz a partir dessa pequena pista a solução. A ligação desta personagem à literatura policial é tão forte que com o decorrer do tempo a palavra Sherlock acabou por ser sinónimo de detective.
A personagem nasceu em 1887 na obra Um estudo em Vermelho, tendo surgido num total de 4 novelas e 56 contos. Estes números são válidos para os textos escritos por Conan Doyle, pois após a sua morte outros escritores deram continuação à série, embora a sua importância acabe por ser irrelevante na história da literatura policial.
Sherlock Holmes analisa todos os pormenores e a solução do caso vem quase sempre de um indício insignificante que normalmente nada significa para outros. Não raro, gosta de dramatizar as suas deduções e a apresentação final da solução, na perspectiva de impressionar o seu amigo Watson, o narrador das histórias, ou até a própria polícia.
Com um raciocínio rápido e brilhante entra em depressão quando está muito tempo sem deslindar um caso.
Com frequência usa os designados “ irregulares de Baker Street”, um conjunto de garotos pobres, para seguir pessoas ou dar recados.
Sherlock Holmes será um dos primeiros exemplos da influência do publico nos criadores. Conan Doyle resolveu matar o detective no conto O problema final, mas as reclamações dos leitores foram tantas que ele reapareceu.
O sucesso da personagem foi tão grande, que a casa fictícia onde ele viveu é hoje uma casa real, na rua indicada por Doyle nas sua histórias, Baker Street, no número 221 B.

sexta-feira, 20 de fevereiro de 2009

Rex Stout

Rex Todhunter Stout foi um escritor norte-americano que nasceu em 1 de Dezembro de 1886 e morreu em 27 de Outubro de 1975. Na década de 1910 começou a publicar contos no All-Story Magazine, uma revista muito popular nos Estados Unidos. Seria no entanto em 1934 que ele publicaria o primeiro livro com Nero Wolfe como personagem: Fer-de-lance.
Criou ainda mais alguns detectives: Dol Bonner, protagonista de um romance, Tecumseh Fox, protagonista em três livros, e Cramer, que mais tarde seria o “policia de serviço” nas histórias de Nero Wolfe, publicado num romance em 1929. Seria no entanto com o mais gordo detective da literatura policial, Nero Wolfe, que Stout ganharia fama.
Nas histórias escritas por Stout ressalta o bom humor do narrador, amenizando com o seu estilo as situações mais dramáticas e desfechos mais fatais.
Stout foi também um cidadão politicamente activo na luta contra o sectarismo da “caça ás bruxas”, que ocorreu no final da década de 40 e início da de 50 por iniciativa do senador McCarthy.

segunda-feira, 16 de fevereiro de 2009

Traduções

Para um leitor português, ler um livro policial significa, na maior parte das vezes, ler um texto traduzido. A edição de autores nacionais é reduzida, sendo de autores estrangeiros a maioría dos livros publicados.
Essa situação obriga ao recurso aos tradutores em grande escala e o resultado nem sempre é o melhor. Ainda para mais, neste género literário, que alguns editores consideram menor, a escolha dos tradutores nem sempre obedece aos requisitos mínimos de qualidade. E não é necessário conhecer o texto original para se ter esta opinião. Basta ler alguns livros para perceber que um texto escrito daquele modo na língua original, dificilmente seria aceite pelo editor, nunca seria um sucesso de vendas, como por vezes é, e receberia os elogios da crítica.
Não é raro duas obras do mesmo autor, traduzidas por duas pessoas diferentes, adquirirem na tradução estilos totalmente distintos ou, à vezes, ausência de estilo.
Este é um mal já antigo como se pode ler neste texto, transcrito da revista O gato preto, número 1, de Janeiro de 1952. Não está assinado mas será muito provavelmente de um dos responsáveis pela edição: Francisco A. Branco ou Manuel do Carmo.
Com o devido respeito, aqui fica a transcrição.
“ O gato preto não é coca-bichinhos. Não leu a tradução do “ Falcão de Malta” porque sabia o original inglês de cor. Quando ouviu toda a gente dizer que não gostava do livro, não percebeu.(…). Comprou o livro e meteu-se à leitura. Antes não o fizesse. Aquilo não é o “Falcão de Malta”.
Um dos livros mais notáveis da literatura americana fora transformado num folhetim barato. O gato preto não é coca-bichinhos. Mas apeteceu-lhe ver o que teriam feito a um escritor talvez ainda mais pessoal. E comprou “ À beira do abismo”. Antes não comprasse. O estilo desapareceu. (…) A ironia cáustica de Chandler – no tinteiro. Quando uma frase é mais complicada salta-se-lhe por cima. (…) Não há dúvida que os portugueses ainda não conhecem Hammett e Chandler. Conhecem o enredo? Talvez. Mas convencer-nos que ler aquilo é ficar a conhecer os autores é o mesmo que querer explicar-nos o que é um Rubens por meio de uma má fotografia de jornal.”

quinta-feira, 12 de fevereiro de 2009

Erle Stanley Gardner

Erle Stanley Gardner nasceu em 1889 e morreu em 1970. Além de escritor de romances policiais foi advogado. Nessa função fez parte de uma organização que analisava casos já julgados, em que teriam sido cometidos erros de defesa, de investigação ou de julgamento.
Como escritor usou vários pseudónimos: A.A. Fair, Kyle Corning, Charles M. Green, Carleton Kendrake, Charles J. Kenny, Les Tillray, e Robert Parr.
A sua principal obra foi no entanto publicada sob o seu verdadeiro nome. Trata-se do advogado Perry Mason, protagonista de várias dezenas de romances e contos.
No magazine Black Mask publicou mais de 70 contos de uma outra personagem: Ed Jenkis
Donal Lam e Bertha Cool formam a parelha de detectives criada sob o pseudónimo de A.A.Fair.
Nota-se na obra de Erle Stanley Gardner a preocupação de mostrar as fragilidades do sistema policial e judicial norte-americano, com as injustiças que dai resultam, mas também demonstrar que é possível lutar e atingir a justiça usando esse mesmo sistema.
Erle Stanley Gardner é um dos escritores que criou na década de trinta do século passado uma nova visão do policial, em que a acção se sobrepõe ao enigma, em que a investigação não ocorre por puro deleite intelectual, mas para ganhar dinheiro.

domingo, 8 de fevereiro de 2009

Detection Club

O Detection Club é uma organização de escritores policiais ingleses criada em 1928. No entanto, apenas em 1930 a organização apresentou a sua formalização.
Nesse ano a organização apresentava os seguintes membros: G.K. Chesterton H.C. Bailey, E.C. Bentley, Anthony Berkeley, Agatha Christie, G.D.H. Cole, M. Cole, J.Connington, Freeman Wills Crofts, Clemence Dane, Robert Eustace, R.Austin Freeman, Lord Gorell, Edgar Jepson, Ianthe Jerrold, Milward Kennedy, Ronald A. Knox, A.E.W. Mason, A.A. Milne, Arthur Morrison, Baroness Orczy, Mrs. Victor Rickard, John Rhode, Dorothy L. Sayers, Henry Wade, Victor L. Whitechurch, Helen Simpson e Hugh Walpole.
Desde a sua formação até à actualidade teve os seguintes presidentes: G. K. Chesterton (1930-1936): E.C. Bentley, de 1936 a 1949, Dorothy L. Sayers, de 1949 a 1957, Agatha Christie de 1957 a 1976, Lord Gorell, co-presidente com Agatha Christie de 1958 a 1963, Julian Symons de 1976 a 1985, H.R.F. Keating de 1985 a 2000, Simon Brett , desde 2000.
Não sendo a única associação de escritores policiais do mundo, é no entanto a mais antiga.

quarta-feira, 4 de fevereiro de 2009

Pseudónimos

Muitos autores usam pseudónimos quando publicam a s suas obras. Não sendo uma característica particular dos autores da literatura policial, ganha muito mais relevo nesta área da criação literária. São imensos os autores que não assinam as obras com os seus verdadeiros nomes.
Há alguns autores, no entanto, que “abusam” , usando inúmeros pseudónimos diferentes.
Um dos casos mais conhecidos é o do autor John Creasey que, além de escrever sob o seu nome, utilizou , pelo menos 27 pseudónimos
Gordon Ashe, Margaret Cooke, M.E. Cooke, Norman Deane, Robert Caine Frazer, Patrick Gill, Michael Halliday, Charles Hogarth, Brian Hope, Colin Hughes, Kyle Hunt, Abel Mann, Peter Manton, J.J. Marric, Richard Martin, Rodney Matheson, Anthony Morton, Henry ST John Cooper, William K Reilly, Tex Riley, Elise Fecamps, James Marsden, Ken Ranger, Credo, Jimmy Wilde, William Vivian Butler e Jeremy York.

John Creasey (1908-1973)