sábado, 25 de julho de 2015

Intermediários, Lda

Este livro aborda uma temática que não se poderá colocar pacificamente numa coleção policial. A história decorre num ambiente próximo da marginalidade, com um crime a surgir, muito levemente, já para mais de metade da obra.
Não  há investigação, porque também não existe criminoso para descobrir.
Não são estes factos que tornam a obra menis interessante. A leitura é agradável e o leitor vai sentindo-se preso, embora o possa fazer na expectativa de que o crime possa estar para surgir, uma vez que sob o passado do protagonista, paira um mistério, apenas desvendado no fim, e que o leitor aguarda que tenha consequências na trama.
O livro relata alguns dos traumas porque passaram os retornados das colónias portuguesas, quando em 1975 tiveram que regressar ao país.

Se o que o leitor pretende é um livro policial, seja do estilo clássico ou num género inovador, não vale a pena iniciar a leitura. Este livro, de 1994, não se enquadra nessa perspetiva. Se pretende a agradável leitura de uma história bem contada e escrita e fazer um mergulho num contexto social particular dos anos 80 ou 90 do século passado, abra o livro e leia.

terça-feira, 7 de julho de 2015

Rei, capitão, soldado, ladrão

Ruth Rendell cria personagens completas, com comportamentos e problemas humanos. Este livro não foge à regra, com algumas personagens a prenderem a atenção constante do leitor no seu percurso da sequência narrativa.
Os livros de Ruth Rendell fora da série do inspetor Wexford, tal como este, dão-lhe maior liberdade na composição das personagens e na criação de tramas, oferecendo a quem lê situações mais originais e mais criativas.
Em Rei, Capitão, Soldado, Ladrão, do início ao fim do livro, o leitor prende-se à expectativa do que irá suceder a cada uma das mulheres retratadas no livro e ainda à personagem do deputado, que me parecem as mais interessantes.
Se o primeiro crime se vai mostrando previsível logo desde o início, assim como se pode adivinhar quem o cometerá e de que forma, logo após a apresentação das personagens principais, toda a restante trama não tem previsibilidade e Ruth Rendell consegue sustentar o destino das personagens até à última página.

Estou perante a minha autora de livros policiais favorita, mas este livro é sem dúvida um dos que se encontram no topo da sua extensa obra.